BRDE FINANCIARÁ EMPREENDIMENTOS EÓLICOS NO RS

Energia
Está prevista para agosto a instituição de um novo fundo de investimento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) com foco em financiar empreendimentos na área de energia eólica no Rio Grande do Sul. Entre os objetivos dessa medida está a ideia de estruturar um mecanismo que permita que as usinas gaúchas consigam ter melhores condições de competição em relação aos complexos dessa fonte que se instalam no Nordeste e que contam com o apoio de bancos de desenvolvimento daquela região. A Jacuhy Consultoria Ambiental atua de forma eficaz no âmbito do licenciamento ambiental de projetos de energia, com o desenvolvimento de estudos como EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) e todos os demais levantamentos necessários, como por exemplo, Levantamentos Topográficos.
O secretário estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior, adianta que a dotação anual do novo programa será de R$ 200 milhões para o financiamento de projetos de energia eólica oriundos do BNDES e de acordos com o Banco Europeu, a Agência Francesa de Desenvolvimento, o Banco de Desenvolvimento da América Latina, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco do Brics (NDB). O dirigente recorda que o BRDE já possui experiência ao lidar com o segmento eólico, pois entre os anos de 2013 e 2017 financiou R$ 730 milhões dos R$ 4 bilhões investidos nos complexos Geribatú, Chuí, Hermenegildo e Santa Vitória do Palmar, todos implementados no Estado
Lemos participou nesta segunda-feira (27) de audiência pública virtual promovida pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa para debater as potencialidades das energias renováveis no Rio Grande do Sul. A proposição do encontro foi do deputado Gabriel Souza (MDB). Na ocasião, o secretário ainda destacou a riqueza natural do Estado. "O Rio Grande do Sul tem cerca de 80% da sua matriz de energia elétrica renovável", frisa. A maior parte dessa geração é proveniente da fonte hídrica (51%), seguida da eólica (21%) e depois pela biomassa (matéria orgânica) e fotovoltaica, ambas com quase 4% cada uma de participação.
O diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Sandro Yamamoto, que também participou da audiência, ressaltou que recebeu com muita satisfação a notícia do BRDE e considerou como fundamental esse tipo de apoio. "O banco ajudará a atrair investimentos para o Rio Grande do Sul", reforça. Yamamoto salienta que o setor eólico vem crescendo de maneira sustentável no Brasil, que já é a 7ª nação no mundo em potência instalada dessa fonte. Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o País possui uma capacidade de 15,7 mil MW em energia eólica, o que corresponde a 12,7% da matriz elétrica nacional.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, as produções eólica e solar puxarão o desenvolvimento das fontes renováveis no Brasil. Ele recorda que nos últimos anos o Estado sofreu limitações quanto à infraestrutura de transmissão de energia para escoar a geração de novos empreendimentos, contudo as construções de uma série de subestações e linhas que estão sendo conduzidas atualmente melhorarão muito essa condição.
Sari indica que há um grande potencial de desenvolvimento no Rio Grande do Sul na área energética. "Só em investimentos em energias renováveis aqui no Estado temos mais de R$ 40 bilhões para acontecer", diz o integrante do Sindienergia-RS. Apenas em energia eólica, comenta o dirigente, há cerca de 7 mil MW em processo de licenciamento para serem levados adiante. Ele acrescenta que existem excelentes oportunidades para projetos eólicos offshore (sobre superfície líquida) como, por exemplo, na Lagoa dos Patos.
No segmento solar, por sua vez, uma iniciativa sendo realizada envolve o Parque Estadual de Exposições Assis Brasil em Esteio. O assessor de gabinete da secretaria estadual da Agricultura, Gabriel Fogaça, adianta que a pasta avalia a instalação de painéis fotovoltaicos no complexo. Já há um projeto em andamento para colocar os equipamentos nos telhados de três pavilhões, totalizando 1 MW de potência, deixando o parque autossustentável em energia elétrica. Contudo, Fogaça revela que há potencial para produzir até 5 MW, futuramente.
Fonte: Jornal do Comércio